Transições são complicadas e, com certeza, a transição do Brasil de colônia para império não foi nada simples. Nos momentos em que um país passa por alguma transição política, diferentes interesses afloram, o que pode acarretar sérios conflitos. Com certeza, a maior complicação desse período foram os ímpetos absolutistas de Dom Pedro I versus o desejo de autonomia das elites regionais, problema que ficou bem evidente na recusa do imperador em assinar a Constituição, escrevendo e outorgando ele próprio uma nova.

O contexto que levou à abdicação de D. Pedro I esteve relacionado à crise que havia se instaurado nos dois lados do Império: Brasil e Portugal. A Revolução do Porto de 1820 exigia que Portugal voltasse a ocupar lugar central na administração do Império, vitória que conquistou com o retorno do monarca D. João VI a Lisboa em 1821.

Além disso, atitudes absolutistas levaram à explosão de diversas revoltas no país, que foram combatidas com violência pelo imperador, o que levou à progressiva perda de apoio, principalmente depois da perda da Província Cisplatina. Diante desse problema insolúvel, o imperador abdicou do trono em favor do seu filho caçula. Porém, como ele ainda era uma criança, uma regência assumiu até a sua maioridade.

Neste curso online, você irá entender como a ilusão de que a Independência, oficialmente proclamada em 1822, traria a autonomia e o fortalecimento de ideais liberais para o Brasil, foi desfeita por revoltas internas, anos e muito dinheiro gasto na Guerra da Cisplatina e numa crise econômica, política e social. Você compreenderá também como o Imperador D. Pedro I terminou por voltar a Portugal, repetindo o ato do pai: também deixou seu filho, um menino de 5 anos, como regente do Brasil. Além disso, você verá que, com a ausência de uma figura centralizadora e de um projeto em comum e as disputas entre as elites, o país quase se fraturou. Era o início de um dos períodos mais conturbados da história do Brasil e tema desta ​​​​​​​unidade: o período regencial.



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